Segundo os relatos mais apurados, um cara a viu na rua e foi pra roubar e, quem sabe, estuprar. Descobriu que não eramulher, era travesti. E resolveu matar. Assim, "resolveu".
Camille foi espancada com tanta violência, com dois pedaços de madeira, que um prego ficou fincado em sua testa. Achando que ela estivesse morta, o assassino tentou serrar seu pescoço e arrastou seu corpo para jogá-lo em uma valeta - no que foi surpreendido por uma viatura de polícia. Foi e está preso.
Camille ficou cinco dias em coma, dois já em morte cerebral. Foi enterrada na quarta-feira. Seus órgãos, em perfeito estado, não foram doados por preconceito "Quem iria quereros órgãos de uma travesti?" No enterro, com mais de 200 pessoas, os coveiros riam e faziam graça: "É passeata gay?"
Nem na morte somos respeitados.
E o PIOR de tudo: um membro de um grupo LGBT de Campinas disparou e-mails disputando a "posse" do cadáver (e da memória) da Cotonete, alegando que ela pertencia somente àquela "família" - e a nenhum outro grupo. Que dispensava a ajuda de quem queria "se promover às custas da Camille". Tem cabimento uma coisa dessas??
Todo mundo sabia que a Cotonete frequentava atividades de vários grupos e sempre apoiou todo o movimento em Campinas, tanto quanto militante, como quanto trabalhadora do SUS. Estava nas manifestações sáficas do Moleca, nos domingos do E-jovem, em reuniões do Identidade... Totalmente despropositada essa disputa agora pelo seu espólio.
Mas tem gente que é pequena mesmo.
Ficam as lembranças:
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